Conheça, neste episódio, a biblioteca lunar e o acidente que resultou em conteúdos espalhados pela superfície deste satélite natural, que inclui os tardígrados, conhecidos como ursos da água.

Com o objetivo de criar múltiplos repositórios de conhecimento humano ao redor do sistema solar, a Arch Mission Foundation tem desenvolvido uma espécie de “biblioteca lunar”. Em 2018, a organização sem fins lucrativos enviou para o espaço o Tesla de Elon Musk, que atualmente está em uma órbita a 30 milhões de anos ao redor do sol, contendo arquivos em um disco de quartzo que utiliza uma tecnologia ótica experimental 5D.

Recentemente foi enviada uma outra biblioteca para o espaço. Dessa vez, ursos da água e muitas informações sobre a Terra e DNA humano foram transportados no módulo lunar Beresheet – espaçonave israelense que se tornou o primeiro lander privado a pousar no satélite… na verdade, a colidir com ele. Devido essa aterrissagem mal sucedida e após se recuperar da surpresa, a equipe da Arch Mission Foundation fez uma análise das possibilidades de sobrevivência dessa biblioteca e há grande chances de todo o seu conteúdo estar espalhado pela superfície lunar.

A cientista Bruce Ha inventou uma técnica para gravar imagens de alta resolução em nanoescala em níquel e foi aplicada na biblioteca lunar. A imagem é gravada com a utilização de lasers e em seguida ganha camadas de níquel, átomo por átomo. A Baresheet possui 22 camadas, sendo que a primeira contém aproximadamente 60 mil imagens de alta resolução, que incluem iniciadores de linguagem, manuais e chaves para decodificar as outras. Essas demais camadas dispõem de quase toda a Wikipedia em inglês, milhares de livros clássicos e até os segredos dos truques de mágica de David Copperfield.

Para compor o material que pode estar na Lua, estão os tardígrados, frequentemente chamados de ursos da água. Com menos de um milímetro de comprimento, eles são criaturas microscópicas e capazes de sobreviver a condições extremas, como no vácuo do espaço e em temperaturas de 80ºC negativos. Como eles foram transportados? Os tardígrados foram desidratados, colocados em animação suspensa e depois envoltos em âmbar artificial. Quando secos, eles retraem a cabeça e as oito patas, transformando-se em uma minúscula bola e entrando em um estado profundo que se assemelha a morte, além do metabolismo diminuir para 0,01% da taxa normal.

E você sabia que o Brasil participou da Olimpíada Internacional de Astronáutica e Astrofísica (IOAA) na Hungria? Essa foi a 13ª edição da competição e o Brasil participou de todas elas, tendo conquistado até 2018: 12 pratas, 21 bronzes e 24 menções honrosas.
Para participar dessa disputa internacional é necessário primeiro participar da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astrofísica (OBA), que ocorre anualmente durante o primeiro semestre e é composta por uma prova de fase única dividida em níveis. Os alunos que atingirem a nota mínima, sete dos dez pontos, são convocados para a fase online da seletiva internacional. Aqueles que alcançarem um bom resultado, são classificados para treinamentos presenciais, onde serão avaliados e, por fim, selecionados para participarem da IOAA e da OLAA (Olimpíada Latino-Americana de Astronomia e Astronáutica).

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